“Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos erradas,
nós o admitíamos prontamente”.
O Décimo Passo nos liberta dos destroços
do nosso presente. Se não continuarmos atentas aos nossos defeitos, eles poderão nos levar
a um beco sem saída, do qual não poderemos escapar. Continuar fazendo o
inventário pessoal significa que criamos o hábito de olhar regularmente para
nós mesmas, nossas ações, atitudes e relacionamentos.
Somos criaturas de hábito e somos vulneráveis às nossas velhas maneiras
de pensar e reagir. Às vezes parece mais fácil continuar no velho trilho da
autodestruição, do que tentar uma nova rota aparentemente perigosa. Não
precisamos ser encurraladas pelos nossos velhos padrões. Hoje, temos uma
escolha.
O Décimo Passo pode nos ajudar a corrigir nossos problemas com a vida e
evitar que se repitam. Examinamos nossas ações durante o dia. Algumas de nós
escrevem sobre os seus sentimentos, avaliando como se sentiram e qual a sua
participação nos problemas que tenham ocorrido. Prejudicamos alguém? Temos que
admitir que estávamos erradas. Se encontramos dificuldades, fazemos um esforço
para resolvê-las. Quando estas coisas ficam pendentes, elas têm sua maneira de
envenenar o espírito. Esse passo pode ser uma defesa contra a velha insanidade.
Podemos nos perguntar se estamos sendo arrastadas para os velhos padrões
de raiva, ressentimento e medo. Sentimo-nos encurraladas? Estamos arranjando
problemas? Estamos muito famintas, raivosas, solitárias ou cansadas? Estamos
nos levando muito a sério? Estamos julgando nosso interior pela aparência
exterior dos outros? Estamos sofrendo de algum problema físico?
As respostas a estas perguntas podem nos ajudar a lidar com as
dificuldades do momento. Não precisamos mais viver com a sensação de mal-estar.
Muitas das nossas principais preocupações e dificuldades maiores vêm da nossa
inexperiência de viver sem o “outro”. O Décimo Passo pode ser uma válvula de
escape.
Trabalhamos este Passo, enquanto os altos e baixos do dia ainda estão
frescos em nossa mente. Listamos o que fizemos e tentamos não racionalizar as
nossas ações. Isso pode ser feito por escrito no final do dia. Como fazer? A primeira
coisa que fazemos é parar. Depois, nos damos um tempo e nos permitimos o
privilégio de pensar.
Examinamos as nossas ações, reações e motivos. Muitas vezes, descobrimos
que estamos nos saindo melhor do que temos sentido. Isto nos permite examinar nossas
ações e reconhecer os erros antes que as coisas piorem. Precisamos evitar
racionalizações. Prontamente admitimos os nossos erros, não os justificamos.
Trabalhamos esse Passo continuamente. Trata-se de uma ação preventiva. Quanto
mais trabalharmos esse Passo, menos precisaremos de sua parte corretiva.
Este Passo é uma grande ferramenta para evitar a aflição antes de
cairmos nela. Vigiamos nossos sentimentos, emoções, fantasias e ações. Olhando
constantemente para nós mesmas, conseguimos evitar a repetição das ações que
nos fazem sentir mal. Precisamos deste Passo mesmo quando nos sentimos bem e as
coisas estão dando certas. Os sentimentos bons são uma coisa nova para nós e
precisamos nutri-los. Em momentos de confusão, podemos tentar as coisas que funcionaram
nos momentos bons. Temos o direito de nos sentirmos bem.
Precisamos lembrar que todos cometem erros. Nunca seremos perfeitas!
Mas, podemos nos aceitar usando o Décimo Passo. Continuando o inventário
pessoal, somos libertadas, aqui e agora, de nós mesmas e do passado. Não
justificamos mais a nossa existência. Este Passo nos permite sermos nós mesmas.
“Em razão de: a recuperação de uma
dependência de relacionamento exigir um esforço não rigoroso e ainda ser
difícil de avaliar eficientemente, é muito mais fácil para os dependentes de
relacionamento afirmar a própria recuperação, do que realmente realizá-la. É
tão tentador nos ver como plenamente recuperados quando, de fato, mal começamos
o que tornará um processo vitalício de mudança e crescimento, luta e auto-conhecimento.
Uma das chaves da recuperação está em reconhecer que ela e nós seremos sempre
um processo, nunca um produto acabado”.
(Robin – Meditações)
PERGUNTAS DO DÉCIMO
PASSO:
- O que você entende por Inventário Pessoal?
- Inventário Diário (limite as suas respostas às 24 horas passadas, completando as perguntas no fim do dia):
- Estou em recuperação hoje?
- De que maneira agi diferente?
- A minha doença dominou minha vida hoje? Como?
- O que fiz hoje que não gostaria de ter feito?
- O que eu gostaria de ter feito hoje e não fiz?
- Hoje fui boa para mim? Como?
- Hoje foi um bom dia? Estive feliz? Estive serena?
- Li hoje alguma literatura de MADA?
- Que passos pratiquei conscientemente?
- O que aprendi hoje sobre mim mesma?
- Preocupei-me com o ontem ou com o amanhã?
PARA REFLETIR: “Quem é consciente de suas próprias falhas não
criticará as falhas do próximo”. (James Ross)
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